quarta-feira, 25 de março de 2009

De Repente


Em um momento inesperado
A força bruta
Antes desnecessária
Atravessou outros pontos
Indo direto à eroticidade

O sexo imperioso
Em "deixas" monumentais
Esfregou-se, mesmo que vestido
Atiçando o oposto ser hormonal

Despidos incompletos
Permanecem imóveis
Em fúria

As suas unhas
Quase rasgando-me
Faz-me pensar
Que tudo apenas começou


Volúpia

quarta-feira, 11 de março de 2009

Flor


Em flor resumida, nega rosa
Tuas pétalas rubejadas
É candidez contrastante de intentos

Te desabrocho em botões abertos
E tecidos rompidos
Minhas bicadas salazes
A bambear-te os caules
Despodando-se em suor orvalhado

Por folhas lambidas em néctar irrigado
Fendo-lhe os envoltórios
Enxerto-me em tuas cúpulas

Transgredindo ordens
Fecundamos rebentos gozos
Em polén me desfaço


i.

Mulheres


Delicada Fortaleza
Do corpo à alma, porcelana ao aço
Conurbação de contrastes
Racionalidade cunhada a sensibilidade

Suave aveludado de toque
Mas quando em rédeas, firme
É lar, é vida
É força de trabalho

Poesia personificada
Beleza em essência plena
Por artistas, apenas descritas
Meus olhos a cantar-te em seda

São mães, irmãs
Amigas, amantes
São divinas, são pecado
Essenciais

i.

-> "Só espero um dia me tornar o grande homem, por traz dessa grande mulher que você é minha Volupia."

-> Sei que O dia das mulheres passou, mas afinal de contas, pra nós homens apaixonados, que temos a sorte de fazer parte do mesmo mundo que esses seres tão perfeitos que são vocês, todo dia é dia das mulheres.

domingo, 8 de março de 2009

Diante de você


Em exuberância
me mostro, me encosto
Te enrosco

Entre curvas
perdidas de beldade esplêndida
Te laço e cerco
Seu ser endeusado

Que com mãos fortes
me agarra, me enxuga
Me aperta

Da tua pele
O cheiro
Com gosto e ardor

Malagueta
Você
Pimenta
Eu


Nega Rosa
in Volúpia

domingo, 1 de março de 2009

Tua Ejaculação Sublime


A água que em mim derramou
Foi batismo pro meu ego
Purificando-me em firmezas
Sexualidade renascida

Prece sibilada de palavras proibidas
Orei-te tuas sensibilidades

Minha linguagem em teu corpo
Extirpar de perturbações
Teus íntimos ungidos em saliva e óleos

Cálice transbordado
Vinho branco, doce

Da tua fruta, extraído

Em meus lábios, fermentado

Fez do corpo oferenda, pão
Massa manejada
Vascolejada, revolvida

Turvada, intumescida

Em opulência entornada


Tomei-te e comi

Tomei-te e bebi
Intenso pecaminoso

Teu gozo divino
i.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Deuses


Escrito, com tesão, para Apogeu


Arrancou-me os mais fortes e altos gemidos
Tirou-me da censura e pudor
Prendeu-me nos teus largos braços
Enquanto abaixo de ti
O calor, o tesão e a fata de razão
Perdiam-se rapidamente

Fez de mim, sua escrava
Desvendou cada parte do meu corpo
Tomou-me o mel
Que jazia dentre minhas ancas

Jorrou de ti, o esperado
Sentimos e lambuzamos
A força bruta que conduzia nossos movimentos

Parecíamos dançar
Em ritmo acelerado e frenético
Através de posições indecifráveis

Éramos
Zeus e Afrodite
Deliciando-se no Monte Olimpo


Volúpia

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Estrada de Terra


Tarde era vazia, quente
Promessa de um refugio
Em boatos sibilados
Curiosos, amantes aventureiros

A procura se seguia frustrada
Estrada árdua
Árdua sim
Pois a muito ardíamos em febre erótica

Foi quando então, uma troca de olhares
E o caminho se fez destino, cama
Incentivados pelo inusitado
Abençoados pelo amor

O sol derretia a lucidez
Loucos ou se aproveitando da desculpa
Agora estávamos nus
Corríamos com terra a nossos pés

Cada chegada, árvores, casas abandonadas,
Cercas, aquelas plantações de milho, ...
Degustávamo-nos
Toques, cheiros, línguas, sexos
Gemíamos

De quando em vez
Em um ou outro som
Você escutava teus medos
Eu te acalmava
Você confiava e pedia mais

Tal qual Adão e Eva
Tarde no paraíso
Entregues ao pecado original
Oásis criativo

i.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Tomando-Me em Prazer


Passeio ao luar
Praças, o frio, as juras, o sexo
Romance passional

Sem destino
Rumávamos aos nossos íntimos
Por cada rua às claras
Afeto e amor
Em cada cantinho escuro
Indecência e paixão

A noite cada vez mais profunda
Engolia aqueles meandros de pedra
Por horas enamorados
Agora amantes

Eu já me doía em minhas calças
Pressão em tuas ancas a cada abraço
Havia sondado a onça
E estava cercado

A rua escusa era convite
Forçou-me contra a fachada da casa
Cheia de vozes
E me colocou nas mãos

Apertava-me
Em puxadas múltiplas e escorregadias
De satisfação eu rugia
Em gemidos graves, me desfazia

Nunca havia se imaginado senhora
Se sentia frágil
Havia dominado algo tão bruto e másculo
Isso a fazia delirar e se intensificar

Fez de mim vassalo
Extraviou-me o seu tributo em gozo
Esvaziando-me do meu liquido
Se encheu de prazer.

i.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Um Pouco Mais de Rosas


Mentes agora sãs, adultas de fato
corpos nus entrelaçados,
a doçura ingênua e a completa falta de noção,
agora mulher, homem,
sonhos.

O tempo, até então mórbido, letárgico, minha trincheira,
agora me inflama de vida,
ânsia que me puxa, leva,
força e razão desse novo olhar para o mundo.

O embrião do futuro,
agora chuta, sufoca minhas entranhas,
gestação imaginária?
não... não!
agora o meu peito grita.
Casa, igreja, mais um, mais dois,
a letra, o traço,
o preto, o branco,
você e eu, ainda muitos capítulos por vim.

i.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Tentativa de Ser Mais Explicito


Safado indecente
Te como com os olhos
Ninfeta levada
Que brinca comigo

Se achegue, se enrrosque
Te encoxo gostoso
Sua roupa trincheira
Retiro aos poucos

Exponho-lhe todinha
Luxuria e pudores
Farejo e degusto
Tuas Libertinagens

Leve e solta
Banhada e tremores
Gargantas e línguas
Mão, Bunda e coxas

Aberta e entregue
Minha cama, minha mesa
E fala em gemidos
"Vem logo e come"

Minha língua rebelde
Vaguei em teu corpo
O suor a saliva
Minha mão, teus cabelos

Bicudos, tão tesos
Teus seios vistosos
Mordisco, abocanho
E me roço intenso

Eu desço matreiro
Essa pele que treme
Umbigo, virilha
Caminho do gozo

Beijo guloso
A Tua, em brasa pulsante
Coloco-lhe a língua
Sorvendo teu mel

Dentro e fora
Lambidas errantes
Clamor estridente
Meus cabelos puxados

Sacia-me a sede
Aumenta-lhe a fome
Olha-me nos olhos
E pede o Meu

Profuso, rijo
Mergulho, valente
Encho-te, completo
O Meu e a Tua

Espremer, esfregar
Movimentos constantes
Membros vibrantes
Intenso prazer

i.