quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Deuses


Escrito, com tesão, para Apogeu


Arrancou-me os mais fortes e altos gemidos
Tirou-me da censura e pudor
Prendeu-me nos teus largos braços
Enquanto abaixo de ti
O calor, o tesão e a fata de razão
Perdiam-se rapidamente

Fez de mim, sua escrava
Desvendou cada parte do meu corpo
Tomou-me o mel
Que jazia dentre minhas ancas

Jorrou de ti, o esperado
Sentimos e lambuzamos
A força bruta que conduzia nossos movimentos

Parecíamos dançar
Em ritmo acelerado e frenético
Através de posições indecifráveis

Éramos
Zeus e Afrodite
Deliciando-se no Monte Olimpo


Volúpia

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Estrada de Terra


Tarde era vazia, quente
Promessa de um refugio
Em boatos sibilados
Curiosos, amantes aventureiros

A procura se seguia frustrada
Estrada árdua
Árdua sim
Pois a muito ardíamos em febre erótica

Foi quando então, uma troca de olhares
E o caminho se fez destino, cama
Incentivados pelo inusitado
Abençoados pelo amor

O sol derretia a lucidez
Loucos ou se aproveitando da desculpa
Agora estávamos nus
Corríamos com terra a nossos pés

Cada chegada, árvores, casas abandonadas,
Cercas, aquelas plantações de milho, ...
Degustávamo-nos
Toques, cheiros, línguas, sexos
Gemíamos

De quando em vez
Em um ou outro som
Você escutava teus medos
Eu te acalmava
Você confiava e pedia mais

Tal qual Adão e Eva
Tarde no paraíso
Entregues ao pecado original
Oásis criativo

i.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Tomando-Me em Prazer


Passeio ao luar
Praças, o frio, as juras, o sexo
Romance passional

Sem destino
Rumávamos aos nossos íntimos
Por cada rua às claras
Afeto e amor
Em cada cantinho escuro
Indecência e paixão

A noite cada vez mais profunda
Engolia aqueles meandros de pedra
Por horas enamorados
Agora amantes

Eu já me doía em minhas calças
Pressão em tuas ancas a cada abraço
Havia sondado a onça
E estava cercado

A rua escusa era convite
Forçou-me contra a fachada da casa
Cheia de vozes
E me colocou nas mãos

Apertava-me
Em puxadas múltiplas e escorregadias
De satisfação eu rugia
Em gemidos graves, me desfazia

Nunca havia se imaginado senhora
Se sentia frágil
Havia dominado algo tão bruto e másculo
Isso a fazia delirar e se intensificar

Fez de mim vassalo
Extraviou-me o seu tributo em gozo
Esvaziando-me do meu liquido
Se encheu de prazer.

i.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Um Pouco Mais de Rosas


Mentes agora sãs, adultas de fato
corpos nus entrelaçados,
a doçura ingênua e a completa falta de noção,
agora mulher, homem,
sonhos.

O tempo, até então mórbido, letárgico, minha trincheira,
agora me inflama de vida,
ânsia que me puxa, leva,
força e razão desse novo olhar para o mundo.

O embrião do futuro,
agora chuta, sufoca minhas entranhas,
gestação imaginária?
não... não!
agora o meu peito grita.
Casa, igreja, mais um, mais dois,
a letra, o traço,
o preto, o branco,
você e eu, ainda muitos capítulos por vim.

i.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Tentativa de Ser Mais Explicito


Safado indecente
Te como com os olhos
Ninfeta levada
Que brinca comigo

Se achegue, se enrrosque
Te encoxo gostoso
Sua roupa trincheira
Retiro aos poucos

Exponho-lhe todinha
Luxuria e pudores
Farejo e degusto
Tuas Libertinagens

Leve e solta
Banhada e tremores
Gargantas e línguas
Mão, Bunda e coxas

Aberta e entregue
Minha cama, minha mesa
E fala em gemidos
"Vem logo e come"

Minha língua rebelde
Vaguei em teu corpo
O suor a saliva
Minha mão, teus cabelos

Bicudos, tão tesos
Teus seios vistosos
Mordisco, abocanho
E me roço intenso

Eu desço matreiro
Essa pele que treme
Umbigo, virilha
Caminho do gozo

Beijo guloso
A Tua, em brasa pulsante
Coloco-lhe a língua
Sorvendo teu mel

Dentro e fora
Lambidas errantes
Clamor estridente
Meus cabelos puxados

Sacia-me a sede
Aumenta-lhe a fome
Olha-me nos olhos
E pede o Meu

Profuso, rijo
Mergulho, valente
Encho-te, completo
O Meu e a Tua

Espremer, esfregar
Movimentos constantes
Membros vibrantes
Intenso prazer

i.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Nós e o Banco


Um parque, dois amantes
Na sombra de uma arvore um banco
Aos olhos de quem passa romance
Por traz desse véu de pureza, Luxuria

Confissões de pecados
Em sussurros ao pé do ouvido
Cúmplices
Traçávamos planos

Sentados, Atração crescente
Emaranhamento de Nós
Completamente envolvidos
Braços e pernas, mentes

Você, "louca"
Sem calcinha
Eu, "puto"
Era todo dedos

Sexo, disfarçado de abraços
Gemidos, disfarçados de sorrisos
Leito, disfarçado de banco
Amor e paixão

i.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Lhe Partindo em Múltiplos Orgasmos


Sinto-te como um imã
Perto de você, sou fortaleza em aço
Forjados juntos no fogo
O teu em mim que dilata
A minha em te que se abre

Faz de mim metamorfose
Mas deste casulo, me saiu touro
E quando suas partes, em manto vermelho
Te vejo toureiro
Mas você não se esquiva

Em suas planíces negras
Montes, cumes e curvas
Desvendo erógenos
Tectônica de peles
Terremoto em leitos

Cavalgando em tuas ondas
Me engole sedenta
Faz de mim sua laranja
A extrair o meu suco

E nas águas turvas
Sua estrela eriçada
E minha serpente orgulhosa
Que nunca se curva
Rasgando teu mar
Lhe partindo em múltiplos orgasmos

i.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Te Masturbar

A luz apática,
Quase indiferente
Tocava-lhe apenas semblantes
Os relances de tua beleza
Embriagavam meus olhos

Chama em curvas negra
A estalar sobre a cama
Me ascendia, me ardia
Vontade de me fazer instrumento

Engendro libidinoso
Parte de um prazer tão seu
Mas que é dado por mim
Refém da minha vontade

Ponho a mão no fogo
Como tambem labios e lingua
Coxas a suar entre coxas
Te pertubar para te apaziguar

Enquanto te observo
Olhar promiscuo
Pausa entre lambidas
Apreciar teu sabor

Meus dedos ciumentos
Assumem o controle
Mãos firmes em teu volante
Com teu clitóris a brincar de roda

Ousados
Intrusos bem vindos
Não mais me controlo
De surpresa lhe invado

Meu tato
Cada rugosidade da Tua
Fricção compassada
Álcool em teu cálice

Confronto agora teu ponto
Nele me choco, aperto, instigo
Teus pés se contraem
Cozinhada e no ponto

Teu cheiro, gosto, gemidos tão frageis
Hipnose
Meu peito explode
Combustões internas

Maquina
Força bruta
Enquanto te chupo
Me roço em teus seios
Mãos firmes em tua cintura

Você se contorce
Se torce
Se dobra

E agora se solta
Suspiros
Membros
Gozo

i.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Ontem Fui a Fruta


Ontem fui a fruta
Refém da tua gula
Ajoelhada, era teu rei
Teu foco em meu cetro majestoso

Sempre te conduzo a minhas depravações
Mas dessa vez você foi minha guia
A noite era nosso teto
Ar livre, nós dois, atrás da minha casa, um muro

O medo do flagrante
Ou olhos a espreita nas janelas
Adrenalina erótica
Tempero em teu banquete

Invadiu minhas roupas
Pegada firme, fiquei sem ação
Segurou forte, lhe enchendo a mão
Querendo arrancar-me prazer

Culpada por libertinagem
A parte em mim rígida lhe apontava acusativa
Você agachada encarava-o de frente
Desafio de amolecer minha masculinidade

Sedenta, irracional, quase bruta
Autora do meu manual de instruções
Apertos, lambidas, chupadas
Dizimou-me os controles

Jorrei o branco da rendição
Transbordei tua boca
Robustez vulcânica
Seiva, incandescente, indecente

Adjetivo perfeito
Exclamei “SUA LOUCA”
Em resposta
Nomeou-me “MEU PUTO”

i.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Transliteração de Corpos



Transcrevemo-nos os corpos nos corpos, Transliteração
Inspiração, transpiração
Conjugação inflamada de verbos imperativos
Na repetição de silabas ilógicas
Que nomeiam em perfeito as sensações
Primitivo dos desejos
Pretérito do gozo

Te leio estrofes, versos, palavras e letras
Ora braile, ora minhas mais variadas línguas
Te fazendo cantar
Doce, estridente, suspiros e gritos
Melodia de notas agudas
Letra, poesia da carne
Refrão que repete, repete e repete
Nessa afinação penetrante
Musica de fundo, de frente, de lado
Da ritmo e define os compassos da Dança

Esse bailar de corpos desnudos
Tangos e bossas
O molejo do samba
Forro coladinho
Fazer dessa cama carnaval da Bahia
O meu palco ou o seu
Ou salões inusitados
Coreografia quente
Vibrações incessante
Há passos marcados
Cumplicidade
Mas é tudo espontâneo
E parece ensaiado

Regidos por essa bateria de chocar de íntimos
E você a portar a minha bandeira
Cadencia, Harmonia
Apoteose


i.